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Foto do escritorAmanda Ferraz dos Anjos

Como escolher uma boa Psicóloga?

Atualizado: 10 de mar.

Organizei nesse post dicas que considero essenciais para o fazer psicológico alinhado com os preceitos éticos da profissão e, consequentemente, com um trabalho de qualidade.

Mulher  falando na sessão com a psicóloga

Confira as credenciais da Psicóloga. - Primeiro ponto primordial é que a profissional deve estar regularmente inscrita no Conselho Regional de Psicologia, o CRP. A inscrição só é adquirida quando a pessoa conclui todas as etapas do curso de psicologia e cola grau. (Clique aqui para ir até o site do Conselho Federal de Psicologia, o CFP e observar como a busca é simples e rápida). - Atente-se para o fato de que algumas pessoas oferecem "atendimento psicológico" ou "terapia", porém sem possuir a formação de Psicóloga. O atendimento psicológico é um fazer detalhado, trabalhoso e científico. Portanto, arriscar-se com pessoas sem formação adequada, que não têm o preparo ou mesmo o conhecimento técnico necessário, para lidar com todos os aspectos de uma psicoterapia, pode trazer consequências desastrosas a quem se submete a esses "tratamentos". - O curso de Psicologia tem duração de 5 anos e até o presente momento (2024), é obrigatoriamente presencial. Em meu caso, foi um curso integral, com uma carga horária bastante extensa.

Verifique se a profissional utiliza técnicas regulamentadas pelo conselho de classe. - Essa dica é importante pois pode já te indicar se a profissional em questão, está ou não, alinhada com os preceitos éticos da profissão. Neste sentido, sempre desconfie de metodologias milagrosas, como as que te prometem resultados instantâneos ou as que decidem por você. Por mais que seja tentador, infelizmente não existe técnica que possa, por exemplo, promover cura de traumas emocionais em poucas sessões ou te dar as respostas prontas para os seus problemas. Na psicoterapia, quem vai chegar nas respostas que você precisa, é você mesmo. Também é vedado ao exercício da psicologia induzir a um caminho ou outro, principalmente, se for uma decisão baseada em crenças da psicoterapeuta. A profissional deve te auxiliar no sentido de te apoiar no processo de tomada de suas próprias decisões. Por isso, é muito importante buscar saber se a profissional é de fato psicóloga e quais procedimentos ela utiliza. - Para ajudar nessa reflexão fiz uma lista com técnicas que são proibidas ou desaconselhadas, pelo órgão que regulamenta a prática da psicologia no Brasil, o CFP. São elas: a constelação familiar; fitoterapias (como florais, óleos essenciais e cristais); intervenções com concepções místico-religiosas ou com recursos que tenham como pressuposto tais tipos de crença, como reiki, tarô, terapia de vidas passadas, entre outras; e também é vedada a utilização de práticas que possam induzir à crenças, sejam religiosas, filosóficas ou de qualquer outro tipo. - Além disso, a psicóloga não pode oferecer ou receitar qualquer tipo de medicação à você, ainda que sejam consideradas de origem natural.

Atente-se a previsões taxativas de resultados. - Como cada pessoa é única e cada atendimento tem diferentes desdobramentos e velocidade, ainda que a profissional utilize alguma abordagem proveniente de manuais ou técnicas mais diretivas, a psicoterapeuta não pode prometer de maneira taxativa que você obterá, com certeza, determinado resultado. Sobretudo, que esses resultados virão em um exato período de tempo. Justamente porque é impossível ter essas respostas quando trata-se de atendimento psicológico.

Agora algumas Red Flags (Pontos de Alerta) para atentar-se a respeito do atendimento psicoterapêutico.

Psicóloga que fala muito sobre ela mesma. O momento da sua sessão existe para tratar dos seus assuntos, da sua vida, pensamentos e sentimentos. Não é proibido que a profissional faça alguma colocação sobre a própria experiência, desde que exista contexto para tal. A questão aqui é quando o assunto da sessão desvia diversas vezes para a vida da psicóloga. Quando, por exemplo, a profissional explica que algo parecido já aconteceu com ela e, dessa forma, acaba entrando diversas vezes em aspectos da sua própria vivência.


Psicóloga que anula o que a paciente está sentindo. Fique atento a frases como "sei como você está se sentindo", "não precisa ficar assim" ou "eu já passei por isso", essas frases são de uso comum e podem parecer ser de ajuda, mas quando falamos do processo psicoterapêutico, é esperado que as falas sejam adequadas à uma escuta e acolhimento profissional. Além disso, a sua dor é única, ninguém sabe como você está se sentindo, só você mesma. O que a psicóloga pode fazer é compreender a partir da sua percepção e independente de abordagem, explorar junto de você suas crenças, necessidades e sentimentos. Pois é a partir dessa livre expressão, junto do trabalho psicoterapêutico, que será possibilitada a elaboração das questões internas, autoconhecimento, promoção de alívio emocional, entre outras. Essa postura de anulação dos sentimentos é prejudicial porque a psicoterapia é um momento no qual você deve ser livre para sentir e demonstrar tudo o que esteja passando, sem qualquer julgamento. Sem que ao demonstrar algo você seja punido pela forma como se sente ou tenha sua expressão silenciada.

Psicóloga que promete que ficará tudo bem. Por mais que seja uma frase de uso comum, quando você conta um problema na terapia, a psicóloga não deve te prometer que "ficara tudo bem". Pois essa é uma promessa que pode estar fadada ao fracasso. Já que, simplesmente, não tem como saber como a situação em questão se desenrolará. Além de que, essa ação, de direcionar um suposto desdobramento para uma situação, soa como uma promessa, que pode ser sentida como um alívio, mas que te impede de refletir sobre outros desdobramentos possíveis. O que, mais tarde, pode vir a te frustrar, enquanto paciente. Além disso, em situações em que você possa estar muito fragilizada, é possível que se apegue nessas promessas, como a de "que ficará tudo bem", para conseguir seguir em frente. Porém se as coisas derem errado e, consequentemente, a promessa for "quebrada", o dano emocional pode tornar-se maior, já que, por exemplo, não houve abertura para sequer pensar na possibilidade de "não ficar tudo bem".

Psicóloga que fala mais que a paciente. Um dos principais papéis da psicóloga é ouvir você. Então a profissional que fala mais que você, que interrompe diversas vezes, acaba retirando o espaço que deveria ser de escuta, compreensão e entendimento. Claro que em alguns casos, como nas sessões inicias ou mesmo com pacientes que têm mais dificuldade para se abrir e falar, a psicóloga precisa ser um pouco mais ativa, porém a ideia é que, aos poucos, essa ordem se inverta. Por fim, um último ponto que gosto de ressaltar é que a psicoterapia é um trabalho de equipe entre você e sua psicóloga. Desse modo, se encontrar alguma insatisfação leve-a para as sessões, porque essa é a forma de conseguir alinhar melhor o trabalho entre vocês. Todas as relações podem ter aspectos incômodos, ao pontuá-los abra-se a possibilidade de mudança.

 

Esse post te ajudou a pensar em como escolher uma Psicóloga? Deixe uma curtida e um comentário. Abraço!


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